Cientistas
estudam impacto da terapia em pessoas com esclerose sistêmicaO corpo fica frágil e passível de
infecções e invasões de micro-organismos estranhos até que receba os novos
grupamentos de células defesa. A teoria do combate é perfeita
O transplante de células da medula
óssea em pacientes com doenças autoimunes reumatológicas, como lúpus, esclerose
sistêmica e artrite reumatoide, divide opiniões na comunidade médica. O
procedimento é, hoje, muito usado em pacientes com tumores hematológicos graves
e que têm como principal chance de sobrevivência a arriscada “reprogramação do
sistema imunológico”. Arriscada porque, antes do transplante, o paciente é
submetido a uma intensa terapia imunossupressora, em que todas as defesas do
organismo são devastadas e dão lugar a um novo exército de células sem qualquer
informação prévia das antigas batalhas. O corpo fica frágil e passível de
infecções e invasões de micro-organismos estranhos até que receba os novos
grupamentos de células defesa. A teoria do combate é perfeita. A grande questão
está em saber quais pacientes podem resistir a essa última grande batalha.
Na busca pelo uso dessa terapia em pacientes que sofrem com a esclerose
sistêmica, um grupo formado por pesquisadores brasileiros e norte-americanos
publica, na edição desta semana da revista The Lancet, novidades para a
aplicação e a triagem de pacientes passíveis ao tratamento. Atualmente, a
esclerose sistêmica mostra-se especialmente interessante para a evolução
clínica desses transplantes, já que os resultados das estratégias atuais contra
o mal, incluindo os das terapias biológicas, são muitas vezes insatisfatórios.
Após uma análise retrospectiva de 90 indivíduos transplantados e acompanhados
em média por três anos, cientistas brasileiros e americanos que participam da
equipe de pesquisa concluíram que o procedimento não é indicado a pacientes com
esclerose sistêmica difusa ou limitada e comprometimento cardíaco grave.
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