Campanha Nacional da Psoríase tira dúvidas sobre a
doença em 19 Estados
29 de outubro é o Dia Mundial da
Conscientização da Psoríase;
a doença deve ser tratada por dermatologistas
As manchas avermelhadas espalhadas
pelo corpo, típicas da psoríase, podem ser facilmente tratadas se o portador
tiver o remédio mais importante: informação. A doença pouco discutida e ainda
cercada de preconceito acomete duas a cada cem pessoas em todo o mundo, segundo
dados da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia).
Como forma de dar suporte a quem
desconhece a doença, que não é contagiosa mas não tem cura, a SBD começa uma
campanha de conscientização nesta quinta-feira (29), Dia Mundial da Psoríase,
com mais de 45 postos de orientação em 19 Estados brasileiros.
O órgão ainda organiza o lançamento
da nova edição do Consenso Brasileiro da Psoríase e um simpósio em Brasília
(DF), em 14 de novembro para fechar a campanha.
A dermatologista e coordenadora
nacional da campanha, Claudia Maia, espera que a campanha consiga atingir
milhares de pessoas.
- Nossa expectativa é de que pelo
menos 50 mil pessoas sejam abordadas e aprendam a como identificar a doença,
que não é contagiosa e não tem cura, mas pode ser controlada com o tratamento
junto ao dermatologista.
A psoríase é uma doença inflamatória
crônica da pele que se manifesta, na maioria das vezes, por lesões róseas ou
avermelhadas recobertas por escamas esbranquiçadas. Em alguns casos, as lesões
podem estar apenas nos cotovelos, joelhos ou couro cabeludo. Já em outros, as
lesões se espalham por toda a pele. Frequentemente, há acometimento das unhas.
Embora seja pouco habitual, há casos em que as articulações também são afetadas
causando a artrite psoriásica.
A doença tem picos de incidência aos
vinte e poucos anos ou aos 50, mas não escolhe idade. Apesar de não
provocarem dor, as lesões trazem prejuízos à qualidade de vida dos portadores,
já que atingem a aparência, comprometendo a interação social e a autoestima.
Genética
e estresse podem desencadear a doença
A psoríase é causada por vários
fatores, podendo ser pela existência de um componente genético, o que não
significa que seja, hereditário. Mas o surgimento das lesões pode ocorrer
também pela reação a alguns medicamentos, infecções, ferimentos na pele e,
principalmente, o estresse. É comum o surgimento da psoríase estar associado a
crises emocionais.
Para não confundi-la com outras
doenças de pele, o ideal é fazer um exame clínico com um dermatologista. Como a
doença não se manifesta nos órgãos internos, exames laboratoriais têm pouca
utilidade e são geralmente utilizados apenas para acompanhamento durante o uso
de medicações. Para confirmação do diagnóstico, o dermatologista pode solicitar
uma biópsia (retirada de um pedacinho da pele para análise).
A Sociedade Brasileira de
Dermatologia lista diferentes tipos de psoríase. Há a psoríase vulgar ou em
placas, que geralmente afeta cotovelos, joelhos, couro cabeludo, região
lombo-sacra (que interliga as costas e a bacia) e umbigo; psoríase nas unhas ou
ungueal, que pode envolver as unhas; e artrite psoriática, inflamações nas
cartilagens e articulações, desenvolvendo dor, dificuldades nos movimentos e
alterações na forma das articulações, entre outros tipos mais específicos.
Como
tratar
São várias as formas de tratamento.
Nas formas leves, são usadas pomadas, loções, xampus ou géis. Nas formas mais
avançadas, além de duas ou três sessões de fototerapia por semana, podem ser
indicados medicamentos de uso oral ou injetável, dependendo do caso.
As terapias biológicas (tratamentos
imunológicos que estimulam as próprias respostas imunitárias dos doentes)
são os tratamentos mais modernos para psoríase, mas por serem muito caras,
destinam-se a casos especiais.
Mesmo não havendo cura, é possível
controlá-la e levar uma vida normal. A evolução das lesões são imprevisíveis,
mas podem não reaparecer durante muitos anos e, algumas vezes, nunca mais
voltar. Porém, para a maioria dos pacientes, a psoríase é uma doença crônica
com períodos de erupções e períodos sem manifestações visíveis.