Falta de médico é o maior problema do SUS
AE - 9/2/2011 - 12h00
O maior problema do Sistema Único de Saúde (SUS) é a falta de médicos, de
acordo com a pesquisa Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS),
divulgada hoje, 9, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Essa questão foi apontada por 58,1% dos entrevistados. Em segundo lugar
ficou a "demora para ser atendido nos centros de saúde ou nos hospitais da
rede pública" (35,4%), seguido por "demora para conseguir uma consulta com
especialista" (33,8%). Os dados, de acordo com o Ipea, indicam que a
população quer acesso "mais fácil, rápido e oportuno" à rede pública de
saúde.
A demora para o atendimento em serviços de urgência e o período de espera
para uma consulta médica, além da necessidade de contratação de mais
especialistas, foram os itens mais sugeridos pelos entrevistados para a
qualificação do SUS. O levantamento revela que a rapidez no atendimento é
citada como a maior motivação para a busca pelos planos de saúde.
Para três tipos de serviço específicos - atendimento por especialistas, de
urgência e emergência e centros e/ou postos de saúde - "aumentar o número de
médicos" foi a sugestão mais mencionada, seguida pela redução do tempo de
espera para uma consulta. "O aumento do número de médicos pode ser entendido
pela população como uma solução para os problemas que vivencia, quando, na
busca de serviços no SUS, ocorre demora para atendimento ou existe a
necessidade de se chegar muito cedo ao local para conseguir marcar uma
consulta ou utilizar outro tipo de serviço de saúde", diz o estudo.
No caso dos serviços prestados por médicos especialistas, 37,3% sugerem
aumentar o número de profissionais no SUS e 34,1% falam em reduzir o tempo
de espera entre o agendamento e a consulta. Para serviços de urgência e
emergência, 33% propõem aumentar o número de médicos e 32% mencionam a
diminuição no tempo de atendimento. No caso dos centros e postos de saúde,
aumentar número de especialistas foi citado por 47% e tempo de atendimento,
por 15,5%.
Quem tenta driblar o tempo de espera e recorre aos planos de saúde se depara
com o preço da mensalidade, que foi apontado por 39,8% dos usuários
consultados como o principal problema da rede suplementar.
As entrevistas foram feitas no período de 3 a 19 de novembro do ano passado.
O questionário foi aplicado a 2.773 residentes em domicílios particulares em
todos os Estados do País. A amostragem considerou sexo, faixa etária, faixas
de renda e escolaridade de acordo com cada região.
Nenhum comentário:
Postar um comentário